Histeria coletiva

  

O historiador John Waller, da Universidade Estadual de Michigan, nos United States of America, define seu próprio objeto de estudo. Em seu livro "A Time to Dance, a Time to Die" (Tempo de Dançar, Tempo de Morrer), lançado nos USA, onde relata uma epidemia de dança ocorrida no ano de 1518, na França, que tirou a vida de dezenas de pessoas.
Nostop dancing - Henricus Hondius (1573-1610)

Improvável, mas real. A "praga" começou com uma mulher, Frau Troffea, que saiu de casa num dia qualquer e pôs-se a dançar freneticamente, sem demonstrar nenhum sinal de alegria. De vez em quando, desmoronava exausta, apenas para retomar seu movimento sinistro algumas horas depois. Após alguns dias, a mulher foi levada à força a um templo, com os sapatos encharcados de sangue. Mas o problema só cresceu: em pouco tempo, mais de 30 pessoas haviam tomado as ruas perpetuando o transe dançarino. Em pouco mais de um mês, já eram 400. Apesar de não haver um registro exato, estima-se que pouco mais de uma centena de pessoas morreram de exaustão.

Região do lago Tanganyika, Tanzânia, África, 1963. Diversas garotas, estudantes de um internato, começaram a alternar riso e choro histericamente. Em pouco tempo, 95 das 159 alunas tinham sido atingidas pela praga, e a escola teve que ser fechada. Mas enviar as meninas de volta para seus vilarejos não foi uma boa ideia: elas espalharam a epidemia para outras crianças.

Alguns adultos também se contaminaram. Foram centenas de pessoas atingidas, que passavam cerca de uma semana rindo descontroladamente, seguido de períodos curtos de calmaria. Exames de sangue e análises microscópicas não apontaram uma causa biológica para a síndrome, que durou entre seis e oito meses. Mas o que mais chamou a atenção foi o fato de que a praga não atingiu adultos alfabetizados.
Outro caso mundialmente conhecido ocorreu em um colégio de freiras no México em 2007. Cerca de 600 alunas começaram a apresentar dificuldades para andar. Depois de muitos exames físicos, a conclusão foi de que as regras rígidas da escola acabaram desencadeando a histeria coletiva.

                                                                México - 2007
O assunto mais comentado na cidade de Itatira - CE foi sobre surto psicótico num colégio no distrito de Cachoeira. Mais de 30 meninas entraram em transe, algumas estão tendo a visão de um homem que morreu e o espírito dele estaria perturbando os alunos. O fato está causando medo nos moradores.
Durante o transe coletivo, dezenas de alunas foram encaminhadas para o hospital para receber tratamento.                                 
Segundo o psiquiatra Adalberto Barreto, da Universidade Federal do Ceará, informou que esse fenômeno emocional ocorre em local de tensão e sofrimento não verbalizado.
O padre Hélio Correia de Freitas, que é parapsicólogo acompanhou o caso no local e frisou que não se trata de uma questão religiosa e nem espiritual. O fenômeno nessas jovens é psicológico. As estudantes sofrem de Psicorragia, que está no inconsciente, no sofrimento, nas angústias, nas dores, no sufocamento no peito, que ficam gravados e, quando passam para o consciente, afloram, se manifestando por meio desses ataques, de olhos revirados, falas estranhas, o que é comum acontecer. Esse contágio pode ocorrer dentro de um espaço de 50 metros, geralmente em local fechado. O fenômeno emocional é conhecido como histeria coletiva, mas na linguagem moderna significa contágio psíquico, que é justamente uma pessoa que sente este fenômeno e a outra pessoa capta pelo inconsciente e, de repente, sente os mesmos sintomas. A sensibilidade fica tão alta que as vítimas entram em transe e começam agir de forma semelhante, repetindo as cenas que presenciou. Pessoas do sexo feminino são mais afetadas por causa da sensibilidade de captar energia e informação do ambiente é maior que as pessoas do sexo masculino.
O pastor evangélico, José Carlos, de Lagoa do Mato, distrito mais próximo do local dos acontecimentos, acredita que pode ser uma força espiritual que está agindo dentro da escola, demônios estão manifestando e atormentando os alunos.


A histeria coletiva continua frequente principalmente nas instituições religiosas onde pessoas rodopiam, gritam, pulam, caem, riem, dançam, bate palmas, falam em línguas estranha que nem eles sabem interpretarem, mas dizem que é língua dos anjos. As pessoas entram em transe acreditando que é manifestação do espírito santo. Esses delírios coletivos também ocorrem nos campos de futebol, nos shows musicais, escolas etc.
Se você é vítima desse fenômeno emocional, afaste do ambiente contagiante e procure ajuda de um profissional especialista. 
Segundo o Dr. Psicólogo Jacob Goldberg, o indivíduo sem controle emocional deixa de usar a razão e passa a viver num mundo ilusório momentaneamente, o indivíduo age de forma desordenado.
O cérebro é condicionado a reagir conforme todos vão reagir. Repetindo a imagem da ação do coletivo. Uns consideram esta experiência um sinal divino, outros consideram uma ação absurda, comportamento desenfreado, ação frenética, delírio coletivo, um descontrole psíquico em massa, doença psicogênica de massa.
A histeria coletivo é um distúrbio psicológico onde o grupo fica ansioso, perde o controle sobre  atos e emoções.
Histeria coletiva é uma espécie de explosão de sentimentos, vontades reprimidas que é disparada em várias pessoas ao mesmo tempo.
"O material recalcado vem disfarçado sob a forma de um sintoma corpóreo. É uma espécie de teatro corporal", explica Kátia, que se especializou em psicanálise – a corrente da Psicologia que se baseia nos estudos do médico Sigmund Freud.
Os sentimentos recalcados, segundo a psicóloga, ficam guardados no inconsciente porque não foram exprimidos. "Uma ideia que não foi verbalizada, que não foi simbolizada, um medo, uma tristeza, uma angústia. Esse medo não tem nome e escapa pela via do corpo."
A histeria coletiva no passado era visto como manifestação demoníaca e diversas pessoas foram condenadas pela igreja por ser consideradas feiticeiras, bruxas, hereges. Elas foram enforcadas, outras foram queimadas vivas e seus bens materiais eram devorados pelo fogo a fim de eliminar a maldição.
A religião espiritualista encarava este fenômeno como algo sobrenatural e para curar suas vítimas utilizava o exorcismo, banho de ervas, magias, orações etc.
Atualmente o tratamento está associado com a ciência e o resultado tem sido satisfatório.
A histeria coletiva tem uma explicação científica. “Estes fenômenos acontecem em contextos onde tem muita tensão, muita preocupação, muito sentimento não verbalizado. Aquilo que é crença, já em um estado de tensão muito forte, ela incorpora aquilo e ela faz parte da história, ela se inclui na história”, explica Adalberto Barreto, psiquiatra.
Há tratamento para este caso, as vítimas poderão ser encaminhadas para um psiquiatra para receber orientação e tratamento com uso de medicamento. Depois a paciente é encaminhada para um psicólogo a fim de encontrar solução para lidar com o conflito, combater o medo, a angustia, a ansiedade e outros sentimentos recalcados.
Alguns psicólogos utilizam o método do diálogo livre e algumas terapias para tratar clientes que foram contagiados pelo fenômeno emocional. 
Se na sua escola estiver ocorrendo esse fenômeno emocional o primeiro passo é encaminhar as vítimas para um psiquiatra, suspender as aulas por sete dias, fazer reunião pedagógico para inovar a metodologia do ensino -  aprendizagem, fazer algumas mudanças no espaço físico da escola, buscar psiquiatra e psicólogos para fazer palestras, programar recreação, gincana, intervalo com música suave, jogo de dominó, xadrez, biodança, fazer aula de campo e não comentar sobre o fato ocorrido. 
Procure inovar o ambiente de forma criativa para que a paz e a alegria atue no local.

                                              Decoração - mensagem otimista ou bíblica


 

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Autora: Rainna Tammy

Fonte de pesquisa

CHARNY, Israel W. Anatomia do genocídio: uma psicologia da agreção humana. [Tradição: Ruy Jungmann] - Rio de Janeiro: Record: Rosa dos tempos, 1998, p. 455 - 456.

KYRLE, Roger Money. Obra selecionada. - [Ester Hadassa Sandler e Paulo Sandler]. - São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996, p. 187.

DESOUZA, Rosa. Sou o meu mago: para sermos magos temos de deixar de ser mendigos. Rio de Janeiro: Ibrasa, 2007, p. 27 - 29.

TIRABOSCHI, Juliana. Erupções de histeria em massa continuam acontecer. Revista Galileu: Globo.

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,EDG86197-8489-211,00-ERUPCOES+DE+HISTERIA+EM+MASSA+CONTINUAM+A+ACONTECER.html  Acesso: 19/10/2012.

DUARTE, Sidarta. Alunas de um colégio em Itatira dizem sofrer com manifestações paranormais. http://www.jangadeiroonline.com.br Acesso: 14/06/2010.

VASCONCELOS, Yuri. O que é histeria coletiva? Cultura. http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-histeria-coletiva  Acesso: 19/10/2012.

Estudantes de zona rural do Ceará dizem ver e conversar com espírito.  http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2010/06/estudantes-de-escola-rural-do-ceara-dizem-ver-e-conversar-com-espirito.html Acesso: 19/10/2012.


Escola na Malásia fecha portas por histeria coletiva após 'aparição misteriosa' http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/04/escola-na-malasia-fecha-portas-por-histeria-coletiva-apos-aparicao-misteriosa.html
 

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