Consciência humana tem cor?



Eu, como historiadora até o presente momento não entendi por que do título ‘Consciência Negra’. Será que afro brasileiro e os descendentes não tem Consciência brilhante? O preconceito começa na escolha de um título pejorativo que lembra opressão, dor, sofrimento, desigualdade social, escravidão do povo africano e seus descendentes.
A filosofia europeia acreditava que era raça superior, linhagem do povo primordial ariana e o negro africano e seus descendentes eram vistos como um povo de raça inferior, sem cultura, de memória curta, memória fraca, burro, fedorento, urubu, alma negra, consciência negra, ovelha negra, fantasma negra, coisa ruim, maldição negra, peste negra



Os objetos de cor preta tornaram negro nas ideologias europeia. Tudo que é melancólico, doloroso, triste era vista nuvem negra, uma família enlutada vestia de preto como símbolo de período negro que estava passando e até a varíola recebeu o nome de peste negra. A desvalorização da raça foi enorme a ponto de considerar como objeto. Quando um negro fugisse ou morresse fazia falta apenas no trabalhoO feitor exigia trabalho dobrado para substituir aquele preso teimoso e rebelde ou aquele que não suportou a crueldade. Os iluministas e os revolucionários radicais africanos contribuíram para fim da escravatura no Brasil.
O povo afro e seus descendentes devem ser honrado e glorificado pela luta de igualdade social com títulos de Militante Afro-brasileira da Nova Era.
Será que a cota nas faculdades dos Afro brasileiro e seus descendentes seria uma reivindicação justa? Onde estão os direitos de igualdade social? Ter a pele escura com mais melanina não significa incapacidade do QI e de consciência. Também não significa comodismo com tal situação, mas ser uma ativista ativa em pró de mundo melhor.
A conscientização de nossas raízes africanas no Brasil deve começar na educação familiar, religiosa e com encontros de conscientização social. A criança desde dos primeiros meses de vida deve conhecer a verdadeira história, aceitar a sua identidade, valorizar a cultura de suas raízes. Apesar, do grupo escolher um título pejorativo tem alcançado várias conquistas. O desafio e a superação de um povo que foi massacrado pelos grupos de dominantes (igrejas e família tradicional europeia) e sua história ocultas por muitos anos.
A sociedade dominante pregava que o povo africano era uma raça inferior, sem história, com QI inferior, irracional, descendente do macaco, povo maldito e tinha que ser batizado para não espalhar a maldição. Também tinha que fazer trabalho escravo a fim de purificar a alma preta e tornar católico sem entrar nas igrejas dos ricos. As tradições impostas foram como estupro de um povo, eliminando a sua história e a sua cultura.




A união do grupo ativista afro moderado na divulgação da cultura e na conscientização tem sido uma luta árduo e desafiadora. Algumas pessoas resistem essa mudança, mas no Brasil contém mais de 70% de pessoas de afro descendentes. Por esse motivo deve manter vivo a verdadeira história e a cultura africana. Como marco histórico de heroísmo temos o ativista Zumbi dos Palmares e outros heróis que estão ocultos que combateram a escravidão e tráfico negreiro.


A princesa Izabel foi forçada pelos ingleses a assinar um documento finalizando o tráfico negreiro e abolir a escravidão no Brasil (Lei Áurea  – 13/05/1888) para que as transações comerciais entre os países permanecessem. Mas a escravidão no Brasil permaneceu por vários anos mesmos com o fim império no Brasil, sendo que o Estado de Mato Grosso foi o último a abolir a escravidão.
O negro lutava para ser reconhecida como pessoa e nunca como objeto. Povo com grande história, povo que tinha um credo religioso como outros povos também. O grito da liberdade começou com a fuga para o quilombo, quilombola e resistindo a injustiça, crueldade dos dominantes com luta de ataque e defesa da capoeira. A persistência do culto aos deuses africanos e manter a sua cultura viva foram um dos focos dos ativistas afros radicais.


O Brasil quando foi invadida pelos espanhóis e mais tarde pelos portugueses que ao explorar a riqueza do ecossistema, exterminaram milhares de vidas de um povo nativo. Os europeus trouxeram diversos negros africanos de tribinagem diferenciados para fazer trabalho pesado e servir de escudos humanos.
O primeiro povo a ser escravizado foram os nativos indígenas, mas os sobreviventes dos massacres se rebelaram contra a escravidão suicidando e atacando os invasores.

 

Os europeus classificaram os nativos brasileiros como selvagem, sem cultura e preguiçoso. A história do Brasil sempre foi mal contada mostrando heroísmo do povo europeu por descobrir terras que já eram habitadas.
A cota de vagas nas faculdades para os afros não pagaria o massacre que suas as raízes sofreram e não apagaria a dor, os danos morais...
As Leis Constitucionais Brasileira devem ser justas e iguais para todos os cidadãos. Independente de credo religioso, etnia e posição social. As Leis devem ser respeitada e aplicada de forma igualitária. Um país miscigenado e aculturado tem que haver tolerância, respeito e o indivíduo deve aprender viver com as diferenças sociais.
Em pleno século XXI, eu deparei com um absurdo quando fui preencher um cadastro na internet da SEDUC/MT - PAS/2020 para atualizar os meus dados. Aparece na ficha para identificar a sua raça (branco, pardo e preto). A palavra preto aparece em baixo para referir a inferioridade do negro na sociedade. Que absurdo! Não existe raça humana preta, nem parda e nem branca, porém existem seres humanos terrestres...
A palavra preto é usada quando está referindo a cor de um objeto. O negro no Brasil não é considerado como um ser humano igualitário, mas um objeto de cor preto.
O preconceito racial no setor majoritário da educação ou esqueceram de atualizar a consciência?












Autora: Iney Lúcia

Saudação fraternal a todos!


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A exclusão dos índios na sociedade brasileira: https://youtu.be/ynnHvJy0xpg


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