A Arte e a Mediunidade


A magia está presente em tudo e, antes de se pretender a praticá-la, é preciso reconhecê-la na Natureza, sintonizando-se com seus ciclos. Também é preciso resgatar o poder pessoal, o que é feito com disciplina e disposição de mudar velhos hábitos e renunciar às comodidades que as interferências externas propiciam. Sem esse poder pessoal não há como obter domínio sobre os elementos. É preciso muito merecimento para alcançar a graça dos seres que nos auxiliam e, quando isso é obtido, um cuidado ainda maior é preciso, pois seremos triplamente responsáveis pelos deslizes cometidos através da magia.


Para tornar um sacerdote ou uma sacerdotisa é preciso desenvolver a sabedoria multifocal. Também deve passar por diversos desafios e testes em sua vida pessoal, além de todo o aprendizado sobre o ecossistema, ciclos cósmicos e as leis vigentes nos três mundos em que deverá atuar. Após longo treinamento, a pessoa finalmente se encontra apta a ser iniciada. A verdadeira iniciação é conferida pela divindade, mas é celebrada num rito em que o Sacerdote/Sacerdotisa se assume como tal e recebe as responsabilidades de sua posição perante os seres divinos e seus ancestrais. A mera frequência a um curso, ou a participação em rituais, não gera nenhum iniciado. Isso também é uma banalização.
Quando os valores reais são banalizados, a vida em si perde seu valor. Quando o aspecto feminino é depreciado, tanto homens quanto mulheres saem perdendo — as pessoas começam a neutralizar seus sentimentos, preocupando-se exclusivamente com realizações e ganâncias, em exercer poder sobre os outros.


A iniciação é a entrega, o momento em que se assume um compromisso perante as divindades e os seres e, feita a iniciação, isso será cobrado, quer se esteja preparado ou não para o que tal comprometimento representa. A pessoa que não sabe o que esteja assumindo responde do mesmo modo como a que sabe e, se descumpre o prometido, é punida. Por essas e outras razões a banalização chega a ser algo quase criminoso, pois muitas vezes assumem-se compromissos que irão comprometer a pessoa por muitas vidas.
Os cursos, pesquisas e estudos são uns dos instrumentos bastante interessantes para ampliar o conhecimento e obter um treinamento espiritual com segurança. O Amor e amadurecimento na Arte contribuem para que o indivíduo venha adquirir disciplina, organização etc.
O Dom Espiritual vai desenvolvendo de acordo com evolução individual, treinamento, experiência adquirida no decorrer da vida. Os erros também contribuem para a aprendizagem e progresso. Ninguém nasce sabendo, tudo se aprende a aprender.
Todo atributo, faculdade mediúnica e experiência de vidas passadas poderão ser relembrada, e redespertada no decorrer da vida na Terra.
Um mediador portador de Dons extraordinários tem o compromisso de praticar a generosidade a fim de atrair espíritos afins.
Todas as pessoas são portadoras de alguma faculdade mediúnica que ao treiná-lo poderá desabrocha-la como uma rosa. Essa faculdade mediúnica pode ser trabalhada e usada da forma que for melhor para o seu eu e para o próximo. Porém temos a liberdade da escolha e ter a convicção da metafísica “Ação e a reação”.
A magia deve ser praticada de forma sábia, generosa e defensiva. Nunca usar a magia provocativa, desafiadora ou Bruxedo Ilícito para desgraçar ou matar uma pessoa porque haverá as cobranças de todos os atos praticados. Podemos criar o nosso céu e o nosso inferno, mudar nosso destino para melhor ou pior, ser feliz ou infeliz de acordo com a nossa ação do dia a dia. Somos responsáveis pelo nosso destino.
Portanto, a magia é nossa, o poder está conosco e a responsabilidade também.


Autora: Iney Lúcia (Raina Yashira) 

Fonte de Pesquisa:

GRAY, Déborah. Como ser uma bruxa de verdade: guia fascinante de magia e poder. – São Paulo: Pensamento, 2010.

KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: guia dos médiuns e dos evocadores. – [Tradução: Renata Barbosa da Silva]. – São Paulo: Petit, 2004.

EVANS-PRITCHARD, Edward Evan, edição resumida e introdução, Eva Gillies. Bruxaria, oráculo e magia entre os Azande. [Tradução: Eduardo Viveiro de Castro] – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, (Coleção Antropologia Social).

RIGONATTI, Eliseu. A mediunidade sem lágrima. – São Paulo: Pensamento, 2009 (Coleção Espírita).

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