Ògún, pai da Metalurgia


 
Ògún é o símbolo da Idade dos Metais, criador das ferramentas para defesa pessoal, para caçar e para a agricultura. A descoberta do Metal foi fundamental para a criação de novos instrumentos com durabilidade bem maior. O ferro e o cobre ao passar por uma fundição de alta temperatura entre 1530ºC e 2450ºC tornavam-se maleável e ganhava uma nova. O minério de ferro tirado da própria natureza era transformado em diversos instrumentos metálicos. A necessidade do momento contribuía para a evolução do homem que era obrigado a criar, a fim de facilita a vida no dia a dia. Essas invenções foram importantes para agricultura da época e para os nossos dias. É claro que os armamentos, as ferramentas e os utensílios se aperfeiçoaram.

Ferramenta rústica
 
Segundo a mitologia africana Tóbi Ode era um grande caçador que mais tarde por seu ato de bravura e invenções recebeu o título de Ògùn-Ode.
Como gostava muito de lutar e caçar, um dia foi para o alto de uma Òké (montanha), onde havia pedreira e uma vasta floresta ficando-o por muito tempo.
A vida na floresta, o isolamento e a convivência com os animais transformou num homem com personalidade difícil, intolerável e guerreiro. Esse momento que estivera na floresta cercado de animais ferozes e outros perigos pode refletir e valorizar a vida em grupo.  
Ògún após conviver nos habitat dos animais silvestres pode perceber a importância da união do grupo para combater e derrotar os inimigos. Sentindo-se preparado para lidar com os desafios desceu a montanha vestido de fogo e foi para Ìré, Estado de Ondo. Lá foi muito bem recebido, ofereceram banquete e bebida. 
A cidade estava em guerra, mas Ògún se organizou, comandou grupo de homens guerreiros, conseguiu derrotar e livrá-la dos inimigos. Por esse motivo foi aclamado como Oníré (dono da cidade de Ìré), nome até hoje usado como qualidade de Ògún, tanto na Nigéria quanto no Brasil.
Conta à história que há muito tempo, quando os Òrìsàs desceram para a Terra, encontraram no meio do caminho uma mata cerrada que não dava para ninguém passar. Òrìsànlá, que vinha à frente, adiantou-se para abrir caminho, mas sua faca de prata, que era muito frágil, quebrou-se.
Ògún, com sua faca de ferro que corta tudo, conseguiu abrir trilho na mata para todos passarem. Por esse motivo, quando desceram a Terra, Ògún foi reconhecido pelo seu povo e recebeu em Ilè Ifè os títulos de Omo Ìlú - pessoa importante da cidade, e Osinmalè - importante entre os Òrìsàs. Ògún foi reconhecido pelo ato de bravura e sabedoria sendo coroado como Rei do Metal. Nessa época o ferro era supervalorizado, mas que ouro, mas que uma gema. Ògún recebeu uma coroa de ferro como seu símbolo de grandeza e nobreza. A Àkòró simboliza a aliança de Ògún com o seu povo. Por causa dessa aliança ficou conhecido como Òrìsà Ògún Ifè Àkòró.



A festa de Ògún na Nigéria é realizada uma vez por ano, e dura sete dias. Os preparativos começam em julho e a festa é realizada em agosto. Vale dizer que Ògún em Yorùbá quer dizer agosto.
Ògún é um Òrìsà guerreiro, corajoso e que comandou, treinou uma tribinagem para qualquer batalha tanto espiritual quanto no plano físico. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam templos em Ìjèsà, Ondo, Ekiti,  Ìré  e Oyo.



Portanto, o uso dos metais na vida cotidiana desses povos teve grande importância para a consolidação e principalmente na destruição de grandes civilizações na pré-história e no mundo Antigo, sendo de grande utilidade para a subsistência, no caso a agricultura, e também na imposição de poder.
Graça as descobertas e invenções do passado podem usufruir do metal de forma modernizada no nosso dia a dia.



Banho de defesa para combater qualquer energia nociva


Coloque dentro um litro de álcool de cereal numa garrafa Pet e adicione as seguintes ervas: Açoita cavalo (Luehea divaricata mart.), Espada de são Jorge: (Sansevieria trifasciata var. laurentii (De Wild.), Aroeira vermelha (Schinus molle L.), 7 folhas de Mangueira Espada de ouro (Mangifera Indica L.), Fura-capa/Erva-picão (Bidens pilosa L.), 3 folhas de Cajueiro vermelho (Anacardium occidentale L.), 3 punhado de Arruda (Ruta graveolens L.). Deixa curtir durante 7 dias.
Num recipiente coloque 7 colheres (sopa) da tintura, dois litros e meio de água e despeje sobre o corpo após tomar o banho higiênico. Deixe o seu corpo secar naturalmente e procure vestir roupa de cor azul claro, branco ou verde claro. Esse banho deve ser tomado durante sete dias consecutivos.

Número: 7 e seus múltiplos.

Dia da Semana: 3º Ọjọ́ Ìṣẹ́gun (Terça-feira) - dia das conquistas e da vitória;
 
Cor: verde, azul royal, branco e vermelho.
 
Amuleto: ferro
 
Simbolo: Faca, lança, cadeado, enxada, picareta, martelo, prego etc.

Animal mágico: Cavalo branco.

Elemento: Ar, Terra e Fogo.

Data da homenagem: Mês de agosto e 23/04 nas religiões afro-brasileira.

Sincretismo: Na religião africanizada tradicional ou neopagão  a doutrina não está fundamentada no cristianismo e não tem sincretismo. Alguma nação do Candomblé, do Omoloko e da Umbanda há Sincretismo.

Autora: Iney Lúcia (Raina Yashira)





Fonte de Pesquisa


DAHOUI, Albert Paul. O Cajado do camaleão. 1 ed. - Rio de Janeiro: Corifeu, 2006.

Dança tradicional de Ògún http://youtu.be/YB7lztYu6so

PROJETO ARARIBÁ: história/obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Maria Raquel Apolinária Melani. - São Paulo: Moderna, 2006.

VERGER, Pierre Fantumbi. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os Santos, Brasil, e na Antiga Costa dos Escravos, na África. – [Tradução: Carlos Eugênio Marcondes de Moura]. 2 ed. – São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2000.










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