Mais de 500 anos de genocídio indígena no Brasil


O que os autores de livros didáticos nunca relataram a verdadeira história sobre a invasão da América. Os europeus que passaram por longa seca, peste negra e fome deram início a expansão marítima.
A partir do século XV, sob a liderança de portugueses e espanhóis começaram um processo de intensa globalização. Objetivo era buscar mão de obra barata, comercializar seus produtos, comprar, descobrir territórios, explorar metais e impor a fé cristã. Após a localização dos territórios eram invadidos e colonizados. Todas as matérias-primas eram retiradas, levadas para os seus países para serem industrializados e comercializados, a fim de investir financeiramente nas monarquias e no mercantilismo. Cada território invadido, os sobreviventes eram obrigados mudar o nome, ser batizado, seguir as regras doutrinárias da instituição religiosa, tornar cristão, falar o idioma europeu (português, espanhol, francês, inglês etc), incorporar nova identidade e cultura. 
Os ingleses de olho nas riquezas e no mercado financeiro deu início a pirataria, a fim de obter lucro fácil, invadiu territórios, explorou mão de obra barata, criou leis marciais, deixou de investir na educação e no bem-estar social da população de baixa renda. 


A invasão na América foi um verdadeiro genocídio, milhares de nativos foram exterminados. Enquanto os nativos tentavam barrar os invasores usando armamentos rústicos como arco, flechas e lanças, os europeus lançaram suas fúrias usando armamentos de fogo sofisticados e letais (mosquetes, arcabuz, canhão e bombas). Após o massacre ateavam fogo nas ocas, destruíam plantações e colocavam venenos na água. A invasão dos territórios brasileiros culminou com extermínios de milhares de povos indígenas, exploração de madeiras, metais e pedras preciosas. 
Os índios sobreviventes dos massacres tornaram cativos, as crianças e jovens eram violentadas sexualmente, enquanto que os homens eram alcoolizados, a fim de aliená-los com facilidade. Sob o comando dos portugueses e dos franceses os nativos derrubavam as arvores, cortavam em toras, carregavam até os locais de embarque dos navios e recebiam escambo como forma de gratificação. À medida que foi desmatando os portugueses criaram feitorias para protegê-los dos ataques dos franceses e tribos indígenas hostis. Plantaram cana de açúcar no litoral, café, frutíferas e pastos. Somente no século XVI foram derrubadas aproximadamente 2 milhões de árvores, devastaram cerca de 6.000 km² da mata atlântica e cinco séculos de incêndios para espantarem os nativos das terras brasileiras.
    


Alguns políticos incentivam agropecuaristas, madeireiros, garimpeiros, grileiros a invadirem as terras indígenas. Os incêndios na Amazônia, Rondônia, Roraima, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul continuam de forma severa, a fim de expulsarem os nativos de suas terras. A fauna e flora continuam sendo destruídas, água contaminada por metais pesados, pajés e cacique são mortos por defenderem seu povo e sua terra, os animais exterminados não tem como índios alimentarem. A desnutrição e o suicídio nas aldeias indígenas tem aumentado. Alimentos com agrotóxicos são distribuídas nas aldeias aumentando doenças e mortes prematuras. Enquanto isso, pastos estão sendo criados pelos fazendeiros, madeireiros desmantando a floresta, garimpeiros explorando e destruindo o meio ambiente, grileiros construindo casas. O presidente Jair Messias Bolsonaro não esconde o desejo de explorar as riquezas minerais, expulsar os índios ou exterminá-los. Se analisar bem o objetivo político é um encolhimento populacional, da fauna e da flora é uma ação ativa. O céu indígena foi transformado num inferno aterrorizante e doloroso.





Autora: Iney Lúcia (Raina Yashira)

Referência bibliográfica:

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. V. único, 8 ed. - São Paulo: Saraiva, 2005.

COTRIM, Gilberto. História, 7º ano: ensino fundamental, anos finais. 3 ed. - São Paulo: Saraiva, 2018.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As preciosas e belas bonecas negras

Constelação familiar na Era capitalista

Arte Ndebele - Esther Mahlangu